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Talvez você já tenha se perguntado: “Eu tenho tudo para ser feliz e não sou” ; “Gostaria de ter um bom relacionamento, mas não consigo!” “Por que sinto culpa quando acontece algo de bom comigo?”; “Por que estou repetindo algo que prometi não fazer novamente?”; “Por que minha empresa/carreira não deslancha mesmo que trabalhe tanto?”.

Todas estas perguntas e tantas outras têm respostas e os problemas embutidos nela podem ser solucionados. Pelo menos é o que prevê a Terapia Sistêmica Fenomenológica de Bert Hellinger, popularmente conhecida como Constelação Familiar. “Através da reconstrução da árvore genealógica da pessoa, criando ‘manifestações vivas’, é possível identificar e atuar na remoção de bloqueios, devolvendo a ordem energética no fluxo amoroso de qualquer membro da família, de qualquer geração que estava fora do lugar”, explicam os terapeutas Joana D’arc Ribeiro e Eduardo José Amaral Tão, que realizam desde 2011, em dupla, a Constelação Familiar na Escola Clínica Spaço Alternativo.

O método desenvolvido na década de 1970 pelo ex-padre alemão formado em Filosofia, Teologia e Pedagogia, e que chegou ao Brasil há mais de 10 anos, não é psicoterapia, mas a possibilidade de identificar o emaranhado familiar e desatar “nós invisíveis” através do amor, colocando ordem para que a vida possa fluir. Em razão dos eficazes resultados apresentados, tem ganhado muitos adeptos no país nos últimos cinco anos. “Observamos que muitas das dificuldades enfrentadas pela pessoa, assim como os problemas em todas as relações firmadas, sejam pessoais, profissionais, amorosos ou financeiros, são resultados de confusões nos sistemas familiares”, explicam Joana e Eduardo, acrescentando que esta confusão ocorre quando a pessoa incorpora em sua vida o destino de outra pessoa viva ou que viveu no passado, de sua própria família, sem estar consciente disto e sem querer. “Isto nos faz repetir o destino dos membros familiares que foram excluídos, esquecidos ou não reconhecidos no lugar que pertencia a eles”.

Como funciona a Constelação Familiar

A Constelação Familiar é realizada geralmente em grupo, preferencialmente sem que os participantes se conheçam. Depois de expor sua questão ao terapeuta, o constelado escolhe entre os participantes do grupo uma pessoa para representar cada membro de sua família. Em seguida ele “constela” essas pessoas, ou seja, encontra para cada uma delas um posicionamento das figuras entre si, seguindo sua intuição. A Terapia Sistêmica de Bert Hellinger considera que, no universo, não existe forma sem conteúdo. Portanto, quando os familiares são colocados numa determinada configuração espacial — de frente ou de costas para certo parente, separados ou em duplas, isolados uns dos outros, juntos demais, etc — surge naquela configuração um determinado conteúdo que é claramente percebido pelas pessoas escolhidas para representar os familiares. O terapeuta passa então a interrogar os participantes sobre como se sentem nas posições assumidas. A partir daí inicia-se uma curiosa e surpreendente dinâmica. Os eleitos assumem trejeitos de seus representantes e demonstram sentir emoções e sensações das mais diversas. Partes do corpo enrijecem, mãos suam em demasia, arrepios percorrem o corpo, surge vontade de chorar, sensação de tristeza, aperto no peito, raiva, rejeição. As reações surpreendem até os próprios representantes. “Quando feita em grupo, a constelação beneficia todas as pessoas envolvidas, pois se encontram na mesma sintonia e ocorre reverberação do campo entre todos”, reforçam Joana e Eduardo. Nesse ponto do trabalho, o cliente está sentado numa cadeira, observando, a poucos metros de distância, a fala dos representantes. Essa visualização tem uma função terapêutica muito importante, porque permite que ele literalmente veja a sua família e possa perceber as implicações, bloqueios e vínculos inconscientes entre os parentes. Depois de saber como cada um dos familiares está se sentindo, o terapeuta faz com que eles conversem entre si, de acordo com as necessidades. O pai e a mãe dialogam e deixam claro qual foi o tipo de “pacto” que norteou sua convivência; o cliente fala com o pai, com a mãe, com os irmãos e avós, quando for necessário. Os diálogos são orientados pelo terapeuta e servem para explicitar as motivações ocultas das relações familiares que fornecem a base para o processo de solução de problemas.

Comprovação pela Constelação Familiar

Para a empresária Jacqueline Bueno Arnold, passar pela Constelação Familiar foi uma experiência mágica. “Sentia um vazio que não sabia de onde vinha e, por mais que conquistasse as coisas, nada tinha valor para mim. Achava que não era merecedora de nada, como se tivesse uma vergonha interna latente. Com a constelação, percebi que essa vergonha e esse sentimento de não merecimento vinham do fato de ser filha de mãe solteira”, conta Jacqueline, que também conseguiu solucionar outro problema com a terapia: o vazio que sentia. Ela perdeu um filho ainda bebê, quando ele estava dormindo, e por mais que tenha tido outros filhos, percebeu que sempre se culpava pela morte dele. Após a constelação, conseguiu tirar esse peso do seu coração. “Posso afirmar que se trata de uma limpeza da alma”, comenta a empresária, acrescentando que, assim como ela foi beneficiada, sua mãe também percebeu profundas mudanças após a terapia, mesmo não tendo participado da dinâmica. “Dentro de uma visão maior, toda a família se beneficia, todo sistema é trabalhado, porque após uma constelação, o amor e a ordem são devolvidos ao sistema, promovendo a cura, a libertação dos ‘nós’, a reconciliação com o sistema familiar, seu lugar de fato no mundo, para que o amor, a saúde e a prosperidade voltem a fluir em sua vida”, destacam Joana e Eduardo, que reforçam: ‘na Constelação Familiar o movimento é da alma, e esse movimento é lento. A alma entende e se ajusta, provocando um reflexo de movimento no campo físico pelos próximos dois anos na vida da pessoa”.

Nada de religião

Embora ao ser assistida ou explicada possa denotar certo viés religioso, místico, a Constelação Familiar não tem nenhuma conotação religiosa e também prescinde da necessidade de crenças religiosas. E um trabalho desenvolvido dentro de um campo energético, baseado no amor genuíno, importante para as pessoas se conhecerem. Dentro do campo sistêmico, entende-se que o inconsciente coletivo, enquanto parte da psique, está presente na vida da pessoa de moda invisível, sendo diferente do inconsciente pessoal, pois sua existência não está ligada às experiências pessoais. O inconsciente coletivo abarca todas as experiências de todas as pessoas da família, seguindo as experiências de toda a humanidade. E ele não distingue vivos e mortos. Portanto, o fato de se lidar com os mortos nas constelações não significa espiritismo, como pensam alguns, mas com os arquétipos, com as repetições, com o que se mostra como padrão dentro dos sistemas humanos. Padrões que se repetem como sofrimento, como elementos limitadores à vida e à felicidade. Surpresa. É essa a sensação que teve a terapeuta holística Luciene Barbosa ao participar de uma Constelação Familiar para trabalhar algumas questões pessoais. “Foi algo superior ao que imaginava. Consegui resultados muito bons, por isso, indico a qualquer pessoa”, diz Luciene, que chegou a ter um sonho muito revelador após a terapia. Seja como for, ao participar ou assistir a uma Constelação Familiar, principalmente de grupo, onde a maioria das pessoas não se conhece, não há como não se impressionar, questionar: “mas, como?” e deixar-se nem que seja por curiosidade, emaranhar pela técnica de Bert Hellinger. No mínimo, será uma experiência diferente de tudo o que tenha visto ou ouvido falar.

No foco

Joana D’Arc Ribeiro e Eduardo José Amaral Tão — Terapeutas holísticos

Joana D’Arc e Eduardo trabalham com a Constelação Familiar desde 2011 em seus cursos terapêuticos

Para a empresária Jacqueline, a Constelação Familiar é algo mágico, como uma limpeza da alma

A terapeuta holística Luciene se surpreendeu com o poder da terapia: “foi algo superior ao que imaginei”, diz

A Constelação Familiar é realizada em grupo, preferencialmente sem que os participantes se conheçam

FONTE: Constelação Familia – Revista Enfoque – Ano XIII – nº 150 – Dezembro de 2013